Resenha - O Caminho para Casa


O Caminho para Casa    

Autor: Kristin Hannah
Editora: Arqueiro
Classificação: Literatura estrangeira - Romance
Número de páginas: 352

    Jude Farraday é uma mãe super-protetora. Sua vida gira em torno dos filhos gêmeos, Mia e Zach. Tudo que faz é para eles, por eles e principalmente para protegê-los de tudo e de todos. Casada com Miles, vive em uma casa confortável e tem uma vida abastada, típica dos subúrbios americanos. Guarda dentro de si uma enorme mágoa, por não ter o amor de sua mãe, sempre tão fria e distante.
            Mia e Zach são adolescentes normais, ele, muito popular na escola, vive cercado de amigos e garotas enquanto Mia, vive sem amigos, tem uma baixa auto-estima, é extremamente tímida e acredita que nunca terá uma amizade verdadeira.
            O início do Ensino Médio traz muitas mudanças pra esta família, expectativas, dúvidas e muito medo por parte de Jude, que tenta a todo custo proteger e resguardar os filhos.

“O papel da mãe é proteger os filhos, quer eles queiram, quer não.”

            Lexi Baill morava na Califórnia, e viva em lares adotivos, sendo jogada de lá pra cá. Sua mãe, viciada em drogas, morreu de overdose e nunca conseguiu cuidar da filha, que cresceu sem amor e sem referências. Depois de muito sofrimento, uma assistente social descobre uma tia-avó de Lexi, Eva Lang de 66 anos, uma mulher sofrida e batalhadora, que mora em um trailler simples em Port George – Washington.

“Não vou causar problemas. Prometo.”

            Apesar de todas as dificuldades financeiras, Eva acolhe Lexi com muito amor e carinho e pela primeira vez ela se sente amada, cuidada. Mas esse sentimento traz também o medo de se apegar, de se permitir amar e ter que ir embora mais uma vez.
            É neste momento, no início do Ensino Médio, que Lexi, Mia e Zach se conhecem . Lexi e Zach se olham e se amam a primeira vista, apesar de não se abrirem um com o outro imediatamente. Mia, sempre isolada, conhece Lexi e a empatia é imediata. Elas se tornam amigas instantaneamente, uma amizade verdadeira, sólida, em que uma apóia a outra incondicionalmente. Mia e Lexi, apesar das diferenças, encontram muitas semelhanças que as aproximam cada vez mais.
            Mia leva Lexi para conhecer sua casa e sua família, e ela fica impressionada com o que vê. A beleza da casa e principalmente a beleza daquela família. Ela se encanta por Jude e vê nela uma mãe perfeita! Amorosa, zelosa, tudo o que ela não teve. E acaba se abrindo com ela, contanto tudo sobre seu passado. Apesar do medo permanente de Jude, e seu desejo de proteger Mia a qualquer preço, ela resolve incentivar a amizade entre as duas, quando percebe o quanto Lexi faz bem a Mia, o quanto ela é importante na vida da filha.
            3 anos se passam, e a amizade entre Lexi e Mia só fez se fortalecer. Mas Lexi e Zach se amam e não conseguem mais esconder esse amor. Apesar do medo de decepcionar Mia, eles assumem o namoro e garantem que nada mudará a amizade entre os três. Mia, a princípio se sente magoada, traída, mas aceita o amor de seu irmão e sua melhor amiga. A reação de Jude, como sempre, é de preocupação.
            A partir aí, a história tem uma reviravolta trágica, que mudará o destinos de todos trazendo muito sofrimento, mas também muitas lições de vida.
  

   O livro de Kristin Hannah é narrado em terceira pessoa e tem um bom ritmo. Os personagens são muito reais e a gente acaba se identificando com algum deles. No meu caso, que sou mãe, me identifiquei com Jude, suas dúvidas, suas preocupações constantes, seu desejo de proteger os filhos de todo mal e sua total incapacidade de livrá-los dos perigos da vida.
            O livro é bom, tem uma história bem construída e faz a gente repensar nossos valores. Vale muito a pena indicar esse livro para adolescentes, para que façam uma reflexão sobre suas vidas, seu atos e principalmente as consequências de seus atos.
            Justamente por seus personagens serem tão reais e bem construídos, encontramos neles defeitos, como em qualquer pessoa que conhecemos. Jude, extremamente egoísta, super-protetora a ponto de sufocar os filhos por conta de suas preocupações. Mia, menina mimada, insegura, cheia de dúvidas. Zach, um bom menino, um tanto inconsequente e covarde. E Lexi, que se subestima o tempo todo, não tem atitude e se deixa influenciar pelas pessoas.
            Essas mesmas pessoas tem qualidades incríveis, como o amor incondicional uns pelos outros e um desejo muito grande de superar as dificuldades e seguir em frente.

“Em um mar de lamentação, havia ilha de bênçãos, instantes no tempo que nos lembravam do que ainda tínhamos, em vez de tudo o que tínhamos perdido.”

Uma boa leitura, com uma final terno e emocionante. Recomendo!

Michelle

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